Em tempos de crise, onde as empresas sentem a necessidade de diminuir custos e maximizar os lucros, não é difícil de encontrar trabalhadores que se sintam fadigados e insatisfeitos com o sistema laboral, com isso a tendência é surgir um número cada vez maior de afastamentos do trabalho por causa de transtornos psíquicos. Entre prazos apertados, má distribuição de trabalhos e tarefas, cobranças desproporcionais, metas inalcançáveis e dificuldades de relacionamento entre colegas ou até mesmo chefes, não faltam exemplos de fontes de estresse na vida profissional. E elas muitas vezes, ultrapassam as paredes do ambiente de trabalho fazendo com que o colaborador se sinta exaurido.
Uma das possíveis consequências do estresse extremo é a síndrome de Burnout, que surge quando a tensão emocional e o estresse crônico no ambiente de trabalho resultam no esgotamento total do colaborador, não se tratando de um “simples” estresse laboral. Em inglês a palavra Burnout pode ser usada também para definir a “queima completa” de alguma coisa, por exemplo, o consumo total de combustível de um carro. Essa analogia se torna válida para explicar o significado desta síndrome, pois nela o corpo da pessoa diz um “basta” depois de ter utilizado toda a energia disponível.
Burnout é um tipo de estresse ocupacional que acomete na maioria das vezes, profissionais das áreas de serviços, educação, entre outras. Esta síndrome se caracteriza por sintomas sempre relacionados ao trabalho, que podem ser: exaustão emocional, falta de entusiasmo, sentimento de esgotamento de recursos, fadiga e depressão; despersonalização, a objetificação de clientes, colegas ou organização; diminuição da realização pessoal no ambiente profissional ligados ao comportamento de auto avaliação negativa, com queda da efetividade e desempenho; mudanças bruscas de humor, aumento da ansiedade e irritabilidade, apatia, desmotivação e dificuldade de concentração.
O transtorno de Burnout é individual e progressivo, sua evolução pode levar longo tempo e se tornar severa, quando não tratada devidamente. A importância do autoconhecimento sobre nossos sentimentos e até mesmo como cada um reage a diferentes níveis de pressão no ambiente laboral, se deve ao fato do profissional ser o responsável pela forma como lida com suas emoções, preocupações, assim como, limites físico e psíquico. Penalizar apenas o outro em um processo de adoecimento de tal dimensão é uma forma de mascarar nossa responsabilidade perante a omissão do próprio cuidado.
Contudo, se faz necessário que os sistemas das organizações passem por modificações urgentes, afim de colocar como centro de suas preocupações a saúde emocional de seus colaboradores. Você gestor, qual seu papel na promoção de bem estar entre seus funcionários? E a empresa qual responsabilidade tem sobre o adoecimento de seu ambiente laboral? Com funcionários doentes, desmotivados e massacrados por um sistema opressor, quanto tempo levará para que estas organizações passem a ter prejuízos significativos, ao invés de lucros? Por isso é imprescindível que as empresas desenvolvam programas consistentes de atenção à saúde mental e estratégias de prevenção ao estresse no ambiente laboral.
Referência:
Ministério da Saúde. “Síndrome de Burnout: o que é, quais as causas, sintomas e como tratar”. Disponível em: www. saúde.gov.br/saúde-de-a-z