Quando falamos em riscos psicossociais no trabalho, devemos considerar a importância não somente da cultura organizacional, juntamente com a relação entre funcionários e o ofício propriamente dito, mas também, a interação das características individuais e institucionais, como o entendimento do indivíduo em relação as suas percepções, experiências e modo de lidar com sua própria realidade.
As informações a seguir, foram baseadas no livro “Avaliação Psicossocial – Psicologia aplicada à segurança no trabalho”, de Lúcia Simões Sebben (2018) e segundo ela, existem 4 áreas fundamentais para serem consideradas: emoções, cognição, saúde, e ambiente.
Com as emoções é possível identificar qual a relação do indivíduo consigo mesmo e como ele administra os aspectos ligados ao impacto causado pelas situações que se apresentam, se a maneira com que o sentimento é processado e compreendido pode ser considerada saudável ou não, refletindo diretamente na escolha das ações a serem tomadas.
Na cognição avalia-se a habilidade que o funcionário possui de entender, analisar e aplicar em sua totalidade as normas, regras e procedimentos, que segundo a autora (SEBBEN, 2018), diz respeito à “percepção que representa o ponto de partida para as demais respostas do cérebro e, por conseqüência, do comportamento do indivíduo”, assegurando uma conduta efetiva, segura e de qualidade, sinalizando a necessidade de ter plena consciência de todo o processo que engloba a atividade que está desempenhando. Com esse discernimento e através das ações preventivas disponibilizadas pela empresa, o sujeito consegue desenvolver um arsenal de conhecimento, podendo ser acessado caso se encontre em situações adversas, facilitando a resposta cognitiva e comportamental diante de problemas e emergências.
No que diz respeito á saúde, é necessário observar todos os aspectos e diagnósticos que englobam esse quesito na vida do indivíduo e de seus familiares, bem como se sua conduta é positiva ou não, referente ao cuidado e preservação de seu bem-estar.
Por último, mas não menos importante, o ambiente é representado pela constante presença do estresse no dia a dia do trabalhador – no âmbito profissional e pessoal -, fator esse que pode ser decisivo quando se fala em riscos psicossociais exatamente por influenciar os contextos emocionais, físicos e psicológicos, dificultando o uso dos recursos existentes para enfrentar e/ou neutralizar a pressão estabelecida pela relação entre o funcionário, o labor e a vida particular.
Concluindo, para atingir o entendimento integral do que leva á e o que são os riscos psicossociais, além da sua atuação no contexto trabalhista, é preciso analisar e levar em conta a compreensão e o modo de funcionamento dos mecanismos pessoais desenvolvidos ao longo da vida pelo sujeito que podem servir para auxiliar no reconhecimento e gerenciamento de suas capacidades, tornando possível minimizar efeitos negativos que possam ser causados por fatores psicossociais, bem como, direcionar as tomadas de decisão a fim de garantir a segurança e saúde em suas ações laborais e de todos os envolvidos.